Indivíduos com câncer na região de cabeça e pescoço geralmente apresentam o estado nutricional depletado, devido ao comportamento metabólico do tumor (tumores na região da cabeça e pescoço são hipermetabólicos), como também pela região aonde há a massa tumoral que pode comprometer o ato de alimentar-se. Além disso, o quadro de desnutrição pode ser agravado durante o tratamento, onde os sintomas influenciam na redução da ingestão alimentar. Julho é o mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, um tipo de câncer com a quinta maior incidência de neoplasia no mundo e tem uma prevalência preferencial em homens de meia-idade (superior a 40 anos). É representado na sua imensa maioria por neoplasias epiteliais do tipo carcinoma espinocelular, que acometem as vias aerodigestivas superiores. Em situações onde a alimentação por via oral é comprometida, sendo por inviabilidade de deglutir devido à extensão do tumor, ou por ser um risco de bronco aspiração para o paciente, é necessário a indicação de uma via alternativa para alimentação. Neste caso, é comum o uso de sondas que irão levar os alimentos direto ao estômago ou intestino. Um estudo recente, observou que o monitoramento nutricional rigoroso dos pacientes e implementação oportuna de uma via alimentar alternativa, preservou o peso corporal médio e a integridade das células durante a quimio e radioterapia, e até 6 meses após o início do tratamento oncológico. Os dados do estudo sugerem que, para se ter uma estabilidade do peso corporal e integridade das células, é necessário ofertar um mínimo de calorias/ Kg de peso. Dessa forma, é imprescindível o acompanhamento nutricional durante o tratamento oncológico de indivíduos com câncer de cabeça e pescoço, a fim de melhorar o prognóstico da doença.
Transcrição parcial do texto elaborado e escrito pela nutricionista Emília Delesderrier Franco, nutricionista pela UFRJ, especialista em Nutrição Clínica, com ênfase em oncologia (UERJ) e Mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde (UERJ)
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