Obras com 2 metros de altura, que misturam metal naval e sucata, falam de sustentabilidade e de como tudo se liga em redes na sociedade.
A artista plástica niteroiense Duda Oliveira atravessa a Baía para abrir a Exposição “Enredados” no próximo dia 21 de outubro, no Centro Cultural Correios RJ, onde apresenta 6 esculturas e 6 pinturas, com 2 metros de altura, abstratas, feitas com metal naval e sucata, fazendo conversar entre si o orgânico e o material, a sustentabilidade e a forma como todos se encontram ligados em rede nos tempos atuais, por livre escolha ou não, principalmente após o isolamento da pandemia. A curadoria é de Carlos Leal e a realização da jornalista e crítica de arte Patrícia Toscano (CRIO.Art).

“Enredados” convida o observador a pensar sobre as redes das quais faz parte – social, digital, política, econômica e pessoal – e de que forma se comporta dentro delas, por livre escolha ou imposto. Assim como na pesca, onde se joga a rede e o que é pescado ali está sem escolha. Como na obra principal, que leva o nome da exposição, onde os tons de azul e o metal contrapõem as escolhas.
“A escultura e pintura são a minha fuga, um momento em que fico ligada somente em mim. Mas ainda assim, eu consigo materializar a pesca. A minha principal obra é um pescador jogando sua rede. A vida sempre me levou para esse lado, em todos seus extremos”, diz Duda.
Em um processo experimental, Duda Oliveira mergulha tecido de lona crua na Baía de Guanabara, repleta de derivados de petróleo e dejetos de óleos, cujo aquecimento e alimento orgânico, estimularam a proliferação de fungos, resultando em um esfumaçado plástico natural, comum em suas pinturas. Nas esculturas, a artista reinventa o metal naval, cimento, vergalhões e a madeira inutilizada, em boa parte das obras. Partindo destes experimentos, Duda convida o público a refletir sobre a potência existencial de vida, transformação e esperança no caos.

“Meus quadros possuem sempre marcas da ação do tempo, desgastes, arranhões… Minha linguagem na pintura está ligada à maneira que o tempo faz seu registro em tudo o que é vivo e resistente. As cores sempre vibram, como se pulsassem vida e quisessem transpor tempo e espaço, em um constante paradoxo de vida e morte, existir e possuir, buscas do eu existencial”, explica a artista.
Serviço
Abertura: 21/10, às 17h.
Período: 21/10 a 04/12/2021.
Dias e horários: Terça a sábado, das 12h às 19h.
Local: Centro Cultural Correios Rio de Janeiro.
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – Rio de Janeiro.
Contato: 21 2253-1580.
Gratuito.
Censura Livre.
Acessibilidade.
Apoio: Ventania Cultural, Centro Cultural Correios, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Governo Federal.
Por: Clilton Paz.
Fonte: Paula Ramagem.
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