O Império da Purpurina era a mais invejada escola de samba.
Nenhuma agremiação tinha a comunidade tão apaixonada, presente e aguerrida do que a deles.
Num fatídico dia o patriarca decidiu se ausentar e dar a vez ao filho que julgava mais inteligente. Coitado, ele só entregou foi seu maior tesouro nas mãos de quem nada sabia e tudo queria. Tudo não, porque o bem da comunidade da Purpurina ele jamais quis.
Cinco longos anos se passaram e a escola que era temida por muitos virou chacota. A comunidade que só tirava nota 10 em seus quesitos era pisada, humilhada e usada a bel prazer da direção que só batia cabeça e nada fazia.
A Revolução começa agora! Opa, isso me lembra uma letra de samba enredo.
Cansados de verem o seu pavilhão ir a lona, os oprimidos ganharam voz. Hoje, eles gritam, escrevem, exalam coragem para defender as cores da Império da Purpurina. Eles nem pedem, exigem mudanças radicais. Que saiam da presidência a harmonia, do carnavalesco ao ateliê que fez pífias fantasias que se desmancharam na avenida. Recomeçar é preciso!
O mundo é uma bola e se ela continuar girando, girando, não vamos beirar a euforia.
A comunidade sofre, ama, se sacrifica, pede para ser ouvida e não é.
São senhoras e senhores, meninas e rapazes que toda semana vão atrás desse mundo ilusório carnavalesco para a dor dentro do peito ir embora em um arrastão de felicidade. E esses mesmos integrantes que tudo fazem, nada tem e ainda assim amam e clamam por liberdade, dignidade e união. Eles não são lixo, são é ouro no meio de tanta patifaria.
Doa a quem doer eles não largam do seu grande amor e, é em nome dele, deste amor profundo que eles pedem para recomeçar do zero. Voltem as raízes.
Para que chorar o que passou? Lamentar perdidas ilusões?
Queremos viver um presente de brilho, glamour, união e folia. Merecemos um futuro semelhante ao passado da tríade que o patriarca construiu. Merecemos respeito!
Isso não é uma guerra, nem tampouco um comércio. Isso é uma escola de vida. Uma escola de samba. Um amor que batemos no peito todos os anos, reafirmando um compromisso de dar o melhor e dela obter momentos de felicidade.
Oh, pátria amada, por onde andarás? Seus filhos já não aguentam mais!
• Este é um texto ficticio baseado na vida real. Não é mera coincidência.
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