Filha dos sambistas France e Paulo, a jovem Raphaela tinha tudo para seguir o caminho dos pais e se enveredar pelo ritmo que movimenta as quadras de escola de samba. Um diagnóstico aos 16 anos podia ter mudado tudo isso.
Incentivada pelos pais, que são seus melhores amigos, ela não teve medo e deixou a purpurina e o pulsar da bateria guiar seus caminhos até conseguir algo que nenhum outro na sua condição teve.

Nossa personagem desta reportagem especial, essa jovem cheia de vida e alegria é autista grau 1.
O autismo grau 1, também conhecido como autismo leve, é o nível mais brando do transtorno do espectro autista (TEA). É caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, mas não impede a realização de atividades diárias.
“Eu descobri meu transtorno do espectro autista aos 16 anos, tenho as minhas dificuldades, mas não é o carnaval que me assusta. Quando as coisas para mim é novidade fico perdida e às vezes o tumulto me incomoda. Desfilar é maravilhoso para mim “- relata a jovem
Na mente de quem não conhece bem o universo autista, pensa logo que Raphaela tá no lugar errado. Ledo engano.
Ela nos conta que frequentava as quadras desde novinha. Aos 17 anos já fazendo parte da Imperadores Rubro Negros (série bronze do RJ) teve a primeira oportunidade como Harmonia ajudando aos pais . Neste ano de 2025, além da agremiação rubro negra, será sua estreia hoje (01/03) como diretora de harmonia da Tradição ( Série Ouro RJ)no maior palco do Carnaval, a Marquês de Sapucaí.

Nossa pequena estrela , que também já fez parte de alas coreografadas no Império Serrano, é a prova de que não devemos limitar nossos filhos.
Não importa qual síndrome eles tenham,todos podem e devem fazer parte de movimentos culturais gerando inclusão e felicidade.
Sempre com um sorriso no rosto, Raphaela é sinônimo de empoderamento e força de vontade. Terminando nossa visita a jovem, ela nos revelou o que move sua vida e sua personalidade tão forte e única:
“É gratificante ser autista do mundo do samba. Eu não tenho vergonha de ser quem eu sou. Por isso sou feliz”.- finaliza a primeira Harmonia Autista da Sapucaí.
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