Neste fim de semana, a Baixada Fluminense será palco de uma experiência teatral única com a apresentação do espetáculo “KARAÍBA” no SESC Caxias, no sábado, e em São João de Meriti, no domingo. Os ingressos têm preço popular R$10,00 (inteira), R$5,00 (meia entrada), em São João de Meriti. Em Caxias, a apresentação é gratuita.
“KARAÍBA” é uma adaptação do livro homônimo de Daniel Munduruku, uma obra que nos convida a explorar a riqueza da cultura indígena e a imaginar as terras brasileiras antes da chegada dos europeus. Através de uma jornada sonora e teatral, somos levados a refletir sobre os povos Tupinikin, Turyaçu e Anhangás, suas histórias e visões de mundo.
Vencedor da 8ª edição do prêmio CBTIJ de teatro para crianças nas categorias Melhor atriz protagonista para Jessyca Meyreles, melhor figurino para Wanglêys Manaó e melhor texto adaptado para Idylla Silmarov. A dramaturgia, baseada em “O Karaíba – Uma história do pré-Brasil”, desafia estereótipos e apresenta uma visão autêntica da cultura indígena, destacando sua história e identidade pré-colonial. O objetivo é não apenas promover a leitura das palavras de Munduruku, mas também estabelecer uma conexão entre a cidade e as questões indígenas, além de democratizar o acesso à literatura por meio do teatro.
Idealizado por Juliana Gonçalves, o projeto tem como compromisso ético a inclusão de artistas indígenas em sua equipe. Com 70% dos membros compostos por artistas indígenas, incluindo elenco, iluminação, visagismo, fotografia, design e assessoria de comunicação, “KARAÍBA” representa uma iniciativa pioneira no Rio de Janeiro. Essa realização só foi possível graças à parceria com a Aldeia Maracanã, liderada pelo Cacique Urutau Guajajara.
“KARAÍBA” é mais do que um espetáculo; é uma ferramenta para o desenvolvimento de uma geração consciente da diversidade étnico-cultural brasileira e para o debate de questões atuais sob a perspectiva indígena. Juliana Gonçalves, diretora de produção, destaca: “Estamos construindo uma nova e bela trajetória com este projeto, trazendo uma visão inédita e transformadora em múltiplos aspectos”. disse a idealizadora.
A peça foi contemplada pelo edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, reconhecendo sua importância e relevância na cena cultural carioca.
Os ingressos para a unidade Sesc Caxias são gratuitos. Já na unidade de São João de Meriti, custam R$ 5 (meia entrada), R$ 10 (inteira) e grátis (PCG, credencial plena e crianças menores de 16 anos) e estão disponíveis na bilheteria do Sesc e podem ser acessados clicando aqui. A classificação indicativa de idade é livre.
Representatividade indígena e valorização da cultura local
O projeto “KARAÍBA” destaca-se não apenas pela sua qualidade artística, mas também por sua firme missão de representatividade e inclusão. Desde o início, o compromisso ético de montar uma equipe majoritariamente composta por artistas indígenas tem sido uma prioridade. Com 70% da equipe composta por talentosos artistas indígenas, o espetáculo vai além do elenco, integrando-os em todas as áreas, desde iluminação e design até assessoria de comunicação e figurino.
Essa iniciativa, inédita no Rio de Janeiro, é fruto de uma colaboração significativa com a Aldeia Maracanã, liderada pelo Cacique Urutau Guajajara.
Além disso, o espetáculo destaca-se por sua conexão profunda com a Baixada Fluminense. Jessyca Meyreles, mulher e atriz indígena, nascida em Nova Iguaçu e co-fundadora do Teatro Baixo, é protagonista. Com oito anos de experiência, Meyreles lidera iniciativas de capacitação, como a oficina UTA (Unificação do Trabalho do Ator), em parceria com o SESC Nova Iguaçu, além de realizar estudos e pesquisas sobre dramaturgia afetiva com artistas locais. Sua trajetória exemplifica o compromisso do espetáculo com a valorização da cultura e talentos da Baixada Fluminense. Ela e seus companheiros de cena (Ludimila D’Angelis, Yumo Apurinã e Danilo Canindé) são forças motrizes por trás da produção Em um cenário cultural marcado pela diversidade, “KARAÍBA” se destaca como um exemplo inspirador de como o teatro pode promover representatividade e orgulho cultural em comunidades locais.
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