O chamado Setembro Dourado visa conscientizar a respeito do câncer infantojuvenil e chamar a atenção para que familiares, cuidadores, educadores e profissionais de saúde fiquem atentos aos sintomas nessa faixa etária. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos por câncer podem ser curados quando diagnosticados precocemente.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) alerta que, no público infantojuvenil, a doença possui características distintas em relação aos adultos. Em geral, o câncer costuma crescer de forma acelerada. Outro fato é que, na maior parte dos casos, não há relação com fatores ambientais e de estilo de vida, como ocorre com pessoas adultas.
Dessa forma, os responsáveis pela criança e os profissionais de saúde devem atentar-se para queixas e desconfiar de sinais de anormalidade. Vômitos e dor de cabeça, manchas roxas, inchaços ou caroços pelo corpo, palidez repentina, dores nos ossos e alteração nos olhos (como inchaço e pupila branca) estão entre os pontos mais observados, embora cada câncer tenha um sintoma específico.
“As pessoas no entorno da criança e do adolescente devem ter uma escuta ativa e abrir espaço para que eles exponham seus pontos. Ao notar que é preciso investigar melhor alguma queixa clínica, a família deve ficar à vontade para explicar a situação ao médico, com toda riqueza de detalhes”, afirma Dr. Neviçolino Pereira de Carvalho Filho, presidente da SOBOPE.
Diagnóstico e tratamento
A descoberta da doença não é fácil e tende a desestabilizar as pessoas envolvidas. Para o oncologista pediátrico, nesse momento, é importante que haja sensibilidade, honestidade e clareza entre médico, responsável e paciente: “É preciso fortalecer a confiança um no outro para as fases que virão”.
O especialista destaca que um aspecto significativo quando se trata do câncer infantojuvenil é que a resposta à quimioterapia é maior e as chances de cura chegam até a 80%. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, mais perto desse índice o paciente vai estar.
Para o presidente da SOBOPE, a jornada do paciente é impactada de forma positiva quando recebe um toque humanizado e atento à sua fase de desenvolvimento: “A realização de tarefas possíveis e o contato social devem ser estimulados. Afinal, a criança em tratamento é mais que um paciente, é um ser em formação”.
Sobre a SOBOPE
Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do País e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais.


Comentários