1221 dias, esse é o tempo que separa a oficialização pela Organização Mundial da Saúde do início da pandemia e o fim da emergência global sanitária da COVID-19. Isso significa que depois de três anos com medidas protetivas, o vírus não é mais uma ameaça sanitária global. 6,5 é o número de pessoas mortas oficialmente atribuídas à doença (estatística que diverge dos quase 20 milhões, segundo estimativa da OMS) muito se fala sobre os impactos econômicos, desafios e próximos passos para o pós-pandemia.
A indústria do turismo, que movimenta mais de 50 setores econômicos (hotelaria, alimentação e bebidas, lavanderias são alguns deles) foi duramente afetada e mostra desde o ano passado sinais de recuperação. Para saber um pouco mais sobre essas mudanças no dia a dia, ouvimos executivos experientes no setor.
Luciano Bonfim, diretor comercial da Vital Card, alega que o impacto é baixo porque os brasileiros já estavam viajando desde o período de flexibilização e que com o anúncio do fim pode acelerar a tomada de decisão de quem ainda não se sentia confortável.
“É possível até planejar as férias de julho e dezembro e até iniciativas corporativas,” diz.
Ana Santana, diretora das empresas Schultz Brasil, destaca que o mercado está em aquecimento desde 2022 e que este ano o número de embarques vem registrando recordes históricos.
“É importante ressaltar que as vendas serão impulsionadas devido ao fim de restrição de entrada de países como Estados Unidos, que deixarão de solicitar comprovação de vacina contra COVID-19”, reforça a executiva.
Para Fernando Kanbara, gerente- geral do Grande Mercure Curitiba Rayon, o impacto de curto prazo é a normalidade.
“O principal efeito a longo prazo é o retorno dos eventos presenciais como convenções com mais de 300 pessoas. Isso é muito positivo e o turismo precisa desse respiro”, ressalta.
Como nem tudo são flores, há quem se preocupe com a perda de espaço no turismo nacional.
“Estávamos com uma performance boa nos destinos domésticos e com uma ótima circulação de pessoas porém parte delas já estão optando por retomar as viagens internacionais ou encontrando opções mais vantajosas devido ao desafio do valor aéreo no Brasil”, diz João Cazeiro, diretor de desenvolvimento da Livá Hotéis e Resorts.
Para Hiram Della Croce, diretor de Operações para Brasil e Bolívia da Wyndham Hotels e Resorts,
“Essa formalização traz a certeza de que superamos a fase pandêmica e seguimos seguros. Também traz ao viajante mais tranquilidade e com isso surge a expectativa de um fluxo mais aquecido, seja para viagens a lazer ou de negócio”, diz.

Do ponto de vista prático da operação, Gabriel Fumagalli, CEO e co – fundador da Xtay, plataforma digital de moradia que opera em sistema de curta ou longa estadia, destaca que :
“Continuaremos com os mesmos critérios de limpeza nos apartamentos e com uso de álcool em gel nas dependências para evitar qualquer tipo de gripe ou virose. Com relação à tecnologia, nossa proposta é prover hospedagens sem burocracia, sem contato, por isso contamos com um check-in automatizado por meio de nosso app para que o cliente tenha privacidade e autonomia de ir e vir sem contato físico com a portaria “.
Caio Calfat, presidente da ADIT Brasil, o anúncio é apenas uma confirmação de algo que já existia.
“O impacto, se acontecer, será pequeno porque o mercado já estava flexibilizado. A retirada total das máscaras causou mais impacto do que essa medida uma vez que era uma situação que era vivida pelo mercado , com exceção de alguns grupos de turismo. Essa é uma realidade que começou em 2022 e vem sendo sentida fortemente desde o início do ano”, reforça.
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