O Brasil atingiu ontem a marca de 500 mil mortes por Covid-19. Apenas 50 dias depois de chegar aos 400 mil. Mas isso não é só um número estatístico, são 500 mil vidas perdidas, 500 mil famílias destruídas por essa pandemia que também se tornou a maior crise sanitária do país. Somos o segundo país do mundo em mortes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que passam de 600 mil.
Uma sucessão de erros fez com que a situação chegasse a esse ponto: a recusa em comprar vacina, a negligência com uso de máscaras e distanciamento social foram alguns deles. Mas o pior deles sem dúvida foi a postura negacionista de alguns governantes e o incentivo a aglomerações junto com o uso do medicamento cloroquina, cuja eficácia não foi comprovada.
A falta de medidas de controle de circulação de pessoas nos lugares também contribuiu para que o vírus disseminasse mais rápido, com o surgimento de variantes mais letais. No começo a taxa de mortalidade era maior entre os mais velhos, na fase atual esse índice é maior entre os jovens e com menos fatores de risco segundo o boletim de andamento da Fiocruz que relata informações e casos do período de 30 de maio a 12 de junho.
O texto do estudo diz: “O processo de rejuvenescimento da pandemia no Brasil é confirmado por meio dos novos dados obtidos a partir do Sivep-Gripe. A semana epidemiológica 22(30 de maio a 5 de junho) apresenta idade média dos casos internados de 52,5 anos versus idade média de 62,3 anos na semana epidemiológica 1 (3 a 9 de janeiro). (…)Para óbitos, os valores médios foram 71,4 anos (semana epidemiológica 1) e 61,2 anos (semana 22).”
A prioridade de imunização dos idosos com a chegada da vacina e a maior exposição dos mais novos sem as medidas de segurança justificam essa estatística. O avanço na média diária de mortes preocupa os especialistas, que informam que já estamos na terceira onda e preveem um novo agravamento da pandemia nas regiões do país.
“Estamos com uma transmissão comunitária do coronavírus extremamente alta e em patamares fora do controle. Para completar, temos cada vez menos intervenções para controlar isso”, aponta o médico Marcio Sommer Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clinica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP.
“Diante disso, não tem como a nossa perspectiva ser positiva”, conclui.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta aos brasileiros que mantenham as medidas de prevenção contra a covid -19 , e que o uso de máscara e a prática do distanciamento social ainda são as melhores armas para o combate ao vírus.
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